Com o relativo fracasso das mídias tradicionais, hoje a nossa sociedade é sacudida pela existência e proliferação das redes sociais e, nessas, a figura meio misteriosa dos influenciadores digitais. Com a autoridade de quem conhece profundamente o assunto, Maurício Dinep realizou conferência no Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Foi uma bela oportunidade para questionar o futuro da comunicação no Brasil e no mundo, com tantas e tão atraentes inovações.
É cada vez maior a presença dos micros e macros influenciadores digitais no panorama e não deixa de incomodar a existência cada vez maior de fake-news, que antigamente chamávamos de boatos. Hoje, proliferam de maneira assustadora, no mundo todo, como se fosse inevitável conviver com eles.
Num comércio que movimentou no ano passado cerca de 50 bilhões de dólares, embora se possa admitir que a tecnologia seja neutra, a sua existência é digna de respeito. É certo que haja um decréscimo no número de emissoras de rádio e televisão, por exemplo, mas daí a admitir-se que elas morrerão vai uma distância enorme. É o caso também dos nossos principais jornais, que sobrevivem estoicamente, embora com tiragens mais reduzidas. Ainda se lê muito em nosso país.
Especialistas concluem que a imprensa escrita tradicional vai ceder espaço para uma inevitável segmentação – e esse movimento já teve início, inclusive em nosso país. Nossos veículos continuam a ser bons provedores de conteúdos.
Na conferência de Dinepi, antes referida, discutiu-se a razão do declínio da Editora Abril, antes poderosa e que hoje passa por incríveis dificuldades, apesar de ter em seu acervo uma revista do porte e da importância da “Veja”. O certo é que o momento exige competência ímpar na condução administrativa. Falhas podem ser fatais.
Uma dúvida que ficou em nosso espírito refere-se à durabilidade desse movimento de internet a toda prova. Quanto tempo deveremos viver a época dos influenciadores digitais? Outra questão é como levar a internet para um lado eminentemente positivo? O mercado dá sinais de exaustão com a sucessão de boatos indesculpáveis que marcam de modo lamentável o importante setor.
Tudo isso se discute, mais ainda quando se analisa a presença das crianças nesse processo. Elas, em alguns casos, estão sendo submetidas a leituras desaconselháveis. Há uma clara distorção na educação sexual e isso é indesculpável.