Crônica: Um erro da IA
Arnaldo Niskier
Não há dúvida de que a inteligência artificial também comete os seus erros. Agora mesmo, um DJ irlandês chamou o erro de que foi vítima de “ultrajante”. A história foi publicada pelo MSN, que pertence à Microsoft. A história foi excluída da Internet um dia depois, mas o dano à reputação do DJ irlandês custou a ser desfeito.
A verdade é que o BNN, com sede em Hong Kong, é useiro e vezeiro em publicar fake news. Ele foi desativado no mês passado, depois de dois anos de aparência de legitimidade nos seus serviços, com 10 milhões de visitantes mensais. Mas era especialista em falsidades lamentáveis.
A velocidade e o volume passaram a ser mais importantes do que a exatidão dos dados. Países como Paquistão, Egito e Nigéria passaram a utilizar esses serviços, pagando salários de mil dólares mensais, o que se tornou atraente para um grande número de pessoas.
Ficou claro que todo o processo de falsificação só tinha uma motivação: dinheiro. Essa produção em massa visava a fins comerciais. A expansão desse serviço gerou um impacto negativo sobre as notícias confiáveis.
Na mesma página em que O Globo publicou o que seria essa falsa revolução no jornalismo, há notícias da criação de memojis personalizados, que representarão frases ou palavras à medida que estas forem digitadas. Ficará mais fácil aprimorar uma imagem ou remover uma pessoa ou objeto do quadro. Os usuários da Siri passarão a ter controle preciso sobre recursos e ações individuais dentro dos aplicativos. O Voice Memo poderá transcrever automaticamente gravações e a IA será lançada em versão beta e suas funcionalidades serão opcionais. Os serviços de IA serão alimentados por sua própria tecnologia e por ferramentas da OpenAI.
No recente encontro do Rio 2C, a pauta foi dedicada à inteligência artificial, com conferências sobre audiovisual, neurociência, música, games e filosofia. Quatorze palcos na Cidade das Artes deram vida à IA. Uma discussão interessante sobre o assunto foi a busca dos seus limites éticos.