Fazia-se silêncio.
Até que, um dia, o prof. Ney, com o seu vozeirão gaúcho, me surpreendeu: “Quero informar ao representante dos alunos que, hoje, será criado pelo CTA o tão sonhado Colégio de Aplicação. Pode dar a boa notícia aos seus colegas.” Foi uma alegria só. Logo depois, o diretor nomeou o meu amigo Wilson Choeri para a direção da escola e determinou que as suas instalações fossem estabelecidas no Pavilhão Ney Cidade Palmeiro, construído na rua do Bispo 334.
Ao lado de Choeri e Fernando Sgarbi Lima, vice-diretor, ajudei a povoar a escola dos mestres necessários. Na Matemática, que era a minha área, foram nomeados os excelentes professores Hélio Barros de Aguiar e Moysés Scheinkman. Fiquei com a responsabilidade de lecionar Desenho Geométrico. Foi um prazer imenso dar as primeiras aulas dessa matéria. Para que isso acontecesse, deixava de almoçar, pois tinha compromissos profissionais com a revista Manchete Esportiva e só assim poderia cumprir a dupla jornada.
Com o tempo, resolveu-se homenagear o vice-diretor da FFCL. O Cap passou a chamar-se “Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira”, com o qual alcançou a consagração. Com bons laboratórios e uma biblioteca adequada, agregou ao seu quadro de grandes professores o indispensável tempo integral. Além disso, jamais admitiu que os seus alunos fossem escolhidos por proteção (pistolão) ou qualquer critério menos nobre. Os interessados, sempre em número crescente, eram submetidos ao democrático critério de sorteio – e assim se garantiu a necessária
impessoalidade. Fez-se uma ótima escola. Espera-se que o Governo do Estado não acabe com ela.