Novos ares culturais


Arnaldo Niskier

“Cultura gera riqueza” – foi um dos motes da live promovida pelo Conselho Cultural da Associação Comercial do Rio de Janeiro, sob a presidência de Vera Tostes. Foi justíssima a homenagem prestada pelos 90 anos do Conselheiro Haroldo Costa. É nome fundamental do samba brasileiro.

Foi oportuna também a lembrança de que, com a pandemia e a suspensão das aulas, devemos repensar a formação dos professores, agora ligada à tecnologia digital. Quando retomarmos a normalidade, que isso seja levado em conta sobretudo nas Faculdades de Educação.

A Conselheira Ruth Niskier citou o “ócio produtivo”. Falou nas edições digitais do “Jornal de Letras”. Elogiou uma série de filmes brasileiros, homenageando artistas recentemente falecidos. E sugeriu-se que a live seja apresentada às quartas-feiras, às 10h30, pois é uma forma efetiva de manter a comunicação entre os diversos membros do Conselho Cultural.

Depois, sugeriu que se adote o modelo da Casa do Saber, que tem promovido debates digitais de primeira ordem. Isso tudo, naturalmente, enquanto vivemos a crise da pandemia. Deu como exemplo o debate promovido pela psicanalista Sandra Flanzer, com o título “Encontro e Desencontros”.

Na vez em que falou o Conselheiro Reynaldo Paes Barreto, abordou aspectos da cultura pós-pandemia. Ele demonstra muita preocupação com as casas de espetáculos, inclusive cinemas, com o controle sanitário devido. “Devemos nos preparar para a chegada das vacinas, por que não?”

Como sempre acontece, Lucy Barreto falou de cinema. Deu pormenores do filme sobre a Amazônia, em que está empenhada, numa obra de grande senso de oportunidade, em virtude dos nossos condenáveis desmatamentos.

Houve comentários, na sessão mencionada, a respeito da falta de público para os nossos tradicionais espaços. Enquanto em centros avançados, como na Europa, os museus andam cheios, sobretudo de estudantes, aqui vivemos à míngua, sem o devido entrosamento. Desta forma, o processo de formação fica prejudicado. Deve-se sempre lembrar que educação e cultura são como irmãs siamesas. Uma não pode viver sem a outra.