Um novo ENEM
Arnaldo niskier
Quando se fala em Enem, hoje em dia, não resta a menor dúvida de que o exame sofrerá profundas alterações. Vai focar num pensamento crítico e terá bonificações para o aluno do ensino técnico, a fim de estimular o seu ingresso na Universidade. As inovações incluem também criatividade e a solução de problemas de teor menos conteudista.
Essas modificações estão na cabeça do educador Carlos Alberto Serpa e da professora Maria Helena Guimarães, presidente do Conselho Nacional de Educação, responsáveis por esse importante projeto educacional.
A prova, com as novas características, será aplicada já em 2024. No primeiro dia as questões serão baseadas nos conteúdos da formação geral da BNCC, com ênfase em Língua Portuguesa e Matemática. No segundo dia cobrará os temas dos itinerários formativos, disciplinas que os estudantes terão liberdade para escolher no Novo Ensino Médio. No momento da inscrição no Enem ele vão decidir entre uma das quatro provas: Linguagens e Ciências Humanas; Matemática e Ciências da Natureza; Matemática e Ciências Humanas; ou Ciências da Natureza e Humanas. Caberá às Universidades definir quais dessas provas servirão para cada curso.
Assim, o aluno terá como pensar no seu projeto de vida de forma bem mais adequada. Esse modo seletivo vai acabar com o absurdo do atual esquema, que cobra tudo de todo mundo. Segundo a professora Maria Helena, essa é uma forma de favorecer os alunos das escolas públicas porque terão boas oportunidades de aprofundamento de estudos em apenas duas áreas.
Para ela, informação não é conhecimento: “O Enem deve caminhar em direção ao século XXI e ser uma prova mais focada na avaliação de competências e habilidades, como pensamento crítico, criatividade, solução de problemas. A prova conteudista está ultrapassada. Basta de memorização nos exames.”
Ela conclui o seu pensamento afirmando que os alunos no ensino médio precisam de uma qualificação para o mundo do trabalho sem que sejam impedidos de seguir o caminho do ensino superior.