O Brasil é uma verdadeira potência mundial em matéria de voleibol. Somos campeões olímpicos em várias modalidades (vôlei masculino de quadra, vôlei masculino de praia, vice-campeões femininos de vôlei de praia, etc). Por pouco, não chegamos às finais olímpicas de vôlei feminino de quadra, onde alcançamos diversos títulos importantes. Perdemos a final olímpica para a China, como poderíamos ter vencido. Foi um dia infeliz para as nossas meninas.
Isso tudo não acontece por acaso. É fruto de uma bela estrutura que foi montada quando Carlos Artur Nuzman e Ari Graça se deram as mãos, para esse importante trabalho. Hoje, a Confederação Brasileira de Vôlei, que foi presidida por Ari Graça, pode comemorar uma série de êxitos, como o que acontece no programa “VivaVôlei”, implantado em diversas regiões brasileiras, envolvendo crianças de 7 a 14 anos de idade.
Uma conversa com Marcos Aurélio Gonçalves, gerente de desenvolvimento da CBV, é bastante esclarecedora. Ele está empenhado até a alma no projeto de massificação do voleibol: “Assim contribuímos para a melhoria da qualidade de vida, promovendo a educação e a socialização de crianças e adolescentes e gerando oportunidades de emprego, lazer e entretenimento.”
O programa teve início em 1999, com o apoio do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto e da Secretaria de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro. Há uma rede nacional de centros credenciados, aparelhados para a prática do voleibol (minivôlei), num processo inteligente de iniciação de descoberta de novos valores. É claro que vibramos com atletas como Giba, Serginho, Wallace, Bernard, Murilo, Giovane, Bruninho, Sheila, Natália, Jake, etc. Mas eles não são eternos. Devem naturalmente ser substituídos em decorrência da idade. Essa renovação pode ser enriquecida pelo que se realiza nessas comunidades atendidas pela CBV, cujo projeto VivaVôlei, como nos foi dito pelo amigo Ari Graça, tem a chancela e o apoio institucional da Unesco.
Assim se chega à proposta de uma cultura de paz, por meio da cooperação, da socialização, do diálogo, do respeito ao próximo e da criação de um espaço saudável de convivência especialmente no universo das escolas públicas brasileiras. O projeto, hoje, é administrado pelo Instituto VivaVôlei e já movimentou milhares de jovens, na saudável prática desse esporte bem sucedido na sociedade brasileira.
São mais de 100 núcleos implantados e outros mais virão, com a característica de montar três mini-redes numa quadra oficial, onde 24 crianças jogam simultaneamente. Não é daí que nascem os craques do futuro?
O Brasil tem uma propensão natural a prestigiar o futebol. Não é a-toa que temos a medalha de ouro olímpica. Já fomos também campeões mundiais de basquetebol, mas relaxamos em relação a esse esporte. No vôlei somos feras porque o esporte está muito bem estruturado e os esforços de entidades como a CBV devem ser naturalmente elogiados.