Queremos um aluno feliz


Arnaldo Niskier

 Primeiro que tudo, é preciso que todos estejam na escola.  Hoje, a população brasileira de 4 a 17 anos tem 3,8 milhões de crianças e  jovens fora da escola, o que é um número impressionante.  Quando parecia que a questão da quantidade estava resolvida, eis que surge a triste realidade.  Em segundo lugar, buscamos a escola ideal, ainda distante, que seria aquela em que os alunos seriam felizes, com praticamente todas as suas necessidades  básicas atendidas.
 
A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro encomendou ao Instituto Mapear uma pesquisa  para revelar  o perfil dos seus alunos de ensino médio.  Há dados interessantes, que servem para uma boa reflexão, como a que está fazendo o Secretário Wilson Risolia.  Por exemplo, mais da metade do efetivo da rede deseja um curso profissionalizante após ou  antes da aula (51%), o que prova o grau de insatisfação com o confuso quadro da educação média nacional.
 
No mesmo instrumento, 47% dos estudantes pesquisados pedem convênios para estágio em empresas, uma garantia para o primeiro emprego, num Estado que vive excepcional fase de expansão econômica e social.  Para isso, dizemos nós, nada mais simples do que mobilizar o Centro de Integração Empresa-Escola, com 47 anos de experiência na área e uma ilibada reputação.  Mesmo que se empregue o recurso do pregão eletrônico, é difícil competir com o CIEE, dada a nítida comprovação da excelência dos seus resultados, sendo  uma entidade filantrópica.
 
Seguindo a linha das conclusões da pesquisa mencionada, reparem nas reivindicações mais objetivas dos estudantes fluminenses: 37% querem cadeiras mais confortáveis (o que torna o item mais relevante em função da perspectiva de tempo integral); 36% pedem que os professores expliquem melhor as suas matérias e mudem o jeito de ensinar, o que vai ao encontro do que sempre afirmamos: é fundamental dar um choque de ordem na formação dos mestres em seus respectivos cursos de formação; 31% querem aulas de reforço e uma orientação vocacional adequada; 29% desejam atividades extras, como cursos de línguas e informática, e matérias mais ligadas ao uso prático.
 
Cerca de 27% pedem que os mestres faltem menos e 26% reclamam banheiros em melhores condições.  Seguem-se outras reivindicações naturais, como ar condicionado, computador dentro e fora da escola, maior segurança e a existência de uma boa e atualizada  biblioteca ou salas de leitura.
 
O que se pode inferir disso tudo é que a garotada não está desinteressada do processo, sabe o que quer, e certamente isso encontrará eco no espírito dos dirigentes.  Quando se afirma que há evasão no ensino médio, fenômeno nacional, quem sabe muitas das razões estarão nesses itens que foram levantados na pesquisa do Rio de Janeiro e que bem poderão servir de guia para as  demais unidades da federação.  Quando se trata de educar a  nossa juventude, a busca de soluções mirabolantes nos parece o melhor caminho para que nada se modifique.  O melhor meio está na busca do entendimento desses pleitos, forma de chegar aos alunos felizes.