As necessidades impostas pela própria crise obrigaram os nossos professores a enormes exercícios de imaginação. A criatividade foi colocada à prova, como elemento fundamental de sobrevivência. O marasmo simplesmente seria o pior dos inimigos.
O jornal “O Globo”, de 11.10.20, levantou uma série de fatos, homenageando iniciativas de diversos mestres de estados do país, a começar por uma professora de Santana do Parnaíba(SP): “Foram sete meses de contato virtual, para ensinar Química (ácidos e bases). Mas tudo deu certo. O que mais senti falta, disse a professora, foi do abraço dos alunos.”
Outro, de Itambé (Pernambuco), utilizou jogos de tabuleiro para prender a atenção dos jovens. “A gamificação do currículo deu muito trabalho, mas os resultados foram amplamente satisfatórios.”
Numa escola do Rio, vocacionada para o pré-escolar, com turmas de 2 a 4 anos de idade, a solução foi recorrer às gravações. Foram elaborados vídeos com histórias focadas no cotidiano do público-alvo (sucos, brinquedos, fraldas). Uma forma também de manter viva a lembrança do professor. Quem não retornar às aulas presenciais poderá manter esse tipo de diálogo.
Em Niterói foram oferecidos livros, devidamente higienizados, para serem dados aos pequenos alunos (turma de alfabetização). Segundo um dos professores, depois de 200 dias sem aulas, o maior desafio é reconquistar a atenção das crianças com as aulas via Internet. A frequência é de aulas de duas horas de duração três vezes por semana. Diz um dos professores:
- Com esse método, as crianças ficam alegres.
E chegamos ao Distrito Federal, para focalizar alunos autistas. Para interagir com os alunos, foram utilizados aplicativos, lives, tutoriais e um avatar. Assim, a suposição de que este seria um ano perdido foi se modificando. Houve, sem dúvida, um aproveitamento pedagógico bastante razoável.
Como se vê, com a indispensável boa vontade de mestres e diretores, o ano de 2020 certamente será marcado pelas dificuldades, mas os resultados não deixarão de ser apreciáveis.