Crônica: Novo ensino médio é um avanço

Arnaldo Niskier
Uma boa reforma do ensino médio foi feita, em nosso país, pelo Governo Michel Temer, em 1997. Mas a sua implantação se fez com muitas dificuldades, o que acabou não acontecendo, na sua totalidade. Agora, estamos vivendo um período de idas e vindas, o que é profundamente lamentável.
 
É preciso melhorar certos indicadores da aprendizagem e conter a evasão que se assinala, o que prejudica o processo. Ainda enfrentamos grandes gargalos nesse nível de ensino, o que sacrifica o caminho para o ensino superior, sem dúvida uma grande necessidade da educação brasileira.
 
Aumentar a carga horária, sobretudo de português e matemática, é uma boa ideia, mas é preciso contemplar o sistema com recursos de toda sorte. Ainda por cima temos uma notória falta de professores, laboratórios e material didático. Este último por causa das economias do Ministério da Educação, o que se registra de forma acentuada. Como trabalhar dessa forma?
 
A carga horária subiu para 2.400 horas. Os recursos de aprofundamento e integração de estudos terão a colaboração das Secretarias de Educação, o que é medida saudável. Visa-se acabar com parâmetros de pouca utilidade, um evidente desperdício, que não cabe mais manter.
 
No caso do ensino médio integrado ao técnico a carga comum cai para 2.100 horas. Pode-se reservar 300 horas para matérias tradicionais relacionadas com a formação específica, processo que se buscará aperfeiçoar, como convém. O Brasil precisa valorizar o seu ensino técnico. Uma pesquisa Datafolha mostra que 49% dos alunos desejam cursar o modelo técnico, como fazem países onde a educação está avançada, como na  Alemanha, na Coréia do Sul, no Japão e na Austrália. Por que devemos ficar atrasados com relação a eles?
 
Autores consagrados valorizam disciplinas como robótica, informática e inteligência artificial. Apple, Google, Microsoft, Meta e OpenAI lançam quase diariamente novos produtos na praça. Há respostas por IA generativa em pesquisa, feramentas de trabalho e e-mail já liberadas pelo Google nos Estados Unidos enquanto a Microsoft levou a IA  generativa para os computadores. A OpenAI  já faz o seu ChatGPT ter capacidade de enxergar e ouvir, além de ler. O GPT4º processa áudio, imagem e texto. Com esse crescimento, o céu é o limite?