A dolorosa pandemia ensejou ao Instituto Palavra Aberta a oportunidade de lançar o livro “Guia da Educação Midiática”, de autoria de Ana Cláudia Ferrari, Daniela Machado e Mariana Ochs. Trata-se de obra oportuna, que nos leva a refletir a importância da preparação de crianças e jovens para o convívio com as mídias. Desenvolve habilidades para ler de maneira reflexiva, contribuindo para uma participação plena na sociedade conectada dos nossos dias.
Embora ainda tenhamos 14 milhões de analfabetos, o conceito de alfabetização está se expandindo como resultado das claras mudanças na mídia, na tecnologia e na natureza do conhecimento e é preciso estar atento a esse fato. O consumo dessas informações deve ser feito de forma inteligente.
As habilidades midiáticas constituem grandes desafios do século 21, valorizando o que chamamos de infodemia, crucial em nossas vidas, como bem destaca o autor norte-americano Mark Prensky. No século atual, com o acesso indispensável à internet, a educação midiática passou a ser também direito humano essencial. Temos que trabalhar com essa realidade.
Com a necessária implantação da Base Nacional Comum Curricular, em todo o país, criando-se grande resistência a informações falsas, pode-se concluir, como faz o livro em referência, que o futuro para a educação já chegou. É um caminho sem volta, como prova a educação midiática, realidade para 74% dos brasileiros que utilizam a rede. São 24 milhões de jovens que têm de 9 a 17 anos. É esse o expressivo número de jovens, dos quais 90% já se encontram utilizando os serviços da internet. Assim, a educação estará seguramente mais conectada com o mundo.
Os três autores citados preocupam-se com a preparação de crianças e jovens para aprender com senso crítico e responsabilidade, destacando a relevância de ensinar, com os necessários questionamentos, um dos quais é o incentivo à cultura multimídia, ensinando-os a se tornar consumidores e usuários de mídia ativos e devidamente engajados. Trabalhamos com a chamada Geração C, consumidores que têm a conectividade como valor e referência. Essa geração, com menos de 35 anos de idade, quer e deve muito ser ouvida.