Educação e o Hibridismo - Modismos
Arnaldo Niskier
Os modismos aqui chegam, com uma velocidade própria. Desde a época do Descobrimento, as cartas com as novidades demoravam mais de um mês, trazidas pelas valentes caravelas portuguesas. E alguma coisa para virar modismo, naqueles tempos, não era fácil. O primeiro jornal aqui circulou em 1808.
Há mais de 50 anos que se discute no Brasil o emprego da educação à distância. Outros países foram avançando na eficiente modalidade, como é o caso do Canadá, da Espanha, da Bélgica, da Inglaterra e da Austrália, entre outros. Aqui, depois de tempos espaçosos de preguiça (ou medo do novo), como o receio de que se tornasse um supletivo de terceira classe, felizmente caminhamos para uma reação favorável, a partir do que foi prescrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (no 9.394/96).
Hoje, há quase dois milhões de alunos brasileiros frequentando cursos via educação à distância, no nível superior, o que já é uma prova de que acordamos para o que é muito comum em Universidades no exterior.
Agora, a moda é citar a inclusão social, de que a digital obviamente é parte. Cerca de 25 milhões de brasileiros com mais de 16 anos têm acesso à Internet, mas devemos pensar que somos uma população superior a 209 milhões de habitantes. Ainda é pequeno o índice dos que têm esse privilégio, mais adstrito a escolas particulares, tornando bem visível o fosso entre incluídos e excluídos digitais, no quadro geral de pobreza do País.