A presença do Rádio


Arnaldo Niskier

Membro do condomínio dos Diários Associados, Maurício Dinepi é um especialista em comunicação, área em que transita há muitos anos. Falou com muita propriedade no Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, com expressões  bastante oportunas, como esta que selecionamos: “Nunca o homem precisou tanto de informação como nos dias de hoje.”
 
Discutiu-se o futuro dos veículos como os que se encontram abrigados nos setores do rádio e da televisão. Com a conclusão óbvia: “O futuro da comunicação será baseado na confluência dos antigos meios com os novos e revolucionários de hoje.” Apesar de muitos acreditarem que o rádio é mídia aparentemente obsoleta, existem 1.500 emissoras em nosso país, presentes em todas as classes sociais, resistindo bravamente a crises como a da pandemia. Não se acredita que ele tenha vida curta, ao contrário, adotando procedimentos ligados à internet e outras  benfeitorias deverá ter vida longa.
 
É muito forte o poder da internet e sabe-se que ela ainda está engatinhando. Espera-se que ajude a vencer a tragédia dos nossos milhões de analfabetos. É o caso também dos jornais, que resistem aos que preconizam a proximidade do seu fim. Dinepi concorda que até mesmo grandes jornais, como O Globo e a Folha de São Paulo,  estão perdendo leitores, mas continuarão a circular por um tempo difícil de prever. O papel perde força, mas novas mídias surgem no horizonte, como acontece no mundo todo. Essa é a realidade.
 
Por gentileza do ministro Ernane Galvêas, que dirigia a sessão do Conselho Técnico, em que discursava Maurício Dinepi, pude alinhar  algumas ideias sobre o tema. Concordando com a tese de que o rádio e o jornal não irão acabar, lamentei o abandono, por parte do rádio, de belíssimos projetos  educativos, como foi o caso do “Minerva”, em que colaborei na elaboração das aulas de Organização Social e Política Brasileira. O papel do rádio, como aconteceu com a tradicional Rádio Nacional (PR-E8), pela força comunicativa que representa, ainda pode ser muito aproveitas o, não apenas como mera repassadora de notícias, em que é imbatível, mas também pela sua força pedagógica. O custo de manutenção é muito baixo – e isso deve ser considerado, nesses tempos bicudos que vivemos. A presença do rádio, na comunicação brasileira, é uma realidade.