Como será o DAY AFTER


Arnaldo Niskier

A minha amiga Glorinha Cohen pede um depoimento sobre o que virá depois da pandemia do corona vírus (o chamado “day after”). No mundo todo, configurou-se uma tragédia de incríveis proporções, com milhares de mortes. O que espanta é o fato da ciência, com todas as suas extraordinárias descobertas e conquistas de outros mundos interplanetários, não ter, ainda, 
Descoberto a vacina salvadora.

No campo específico da educação, houve uma irreparável interrupção de aulas, em todos os níveis, com necessidade de recorrer à metodologia de ensino à distância, para a recuperação de perdas aparentemente irreversíveis.

A lei brasileira de educação obriga à existência de 200 dias letivos (o que já foi dispensado) e 800 horas-aula. O que hoje se projeta é uma forma futura de compensação das horas perdidas, o que isso se fará naturalmente de forma presencial.

Louvem-se as ações dos nossos professores. No transcurso da pandemia, dedicaram-se a aulas remotas, cobrindo os conteúdos curriculares. E o que ficar faltando será compensado naturalmente.

Antes da crise, o ensino à distância já era uma realidade, em nosso país. Tanto que os seus alunos já somavam quase 2 milhões, com predomínio evidente do ensino superior e, neste, dos cursos de ciências humanas, mais fáceis porque independem de laboratórios, cujos custos não cabem nos curtos orçamentos das nossas escolas.

A Covid-19 pegou o nosso sistema escolar de surpresa. Aliás, foi assim no mundo inteiro. Quem poderia estimar tantas mortes em países como a China, Índia, Itália, Espanha e o maior espanto de todos, os Estados Unidos, com a devastação inesperada e surpreendente do triste fenômeno de Nova Iorque? Isso se deveu à imprevidência de governantes inexperientes ou foi mesmo acaso profundamente lamentável?

A educação mundial sofreu com esse abalo. Se Deus quiser, irá se recuperar desses dias amargos, para a alegria das nossas crianças e adolescentes.