Carlos Alberto Serpa é um educador incansável. Dirige a Fundação Cesgranrio, de modo impecável, há cerca de 50 anos, prestando belos serviços à educação brasileira. Segundo ele, para o país crescer é preciso investir em educação, não se tratando apenas de ampliar recursos, mas aplicá-los com planejamento, gestão e acompanhamento de resultados.
Nos últimos anos, fizemos investimentos compatíveis com países desenvolvidos, mas os níveis alcançados não foram desejáveis. Agora mesmo, estamos às voltas com altas taxas de evasão escolar. É preciso alcançar uma educação inclusiva e equitativa, promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Somos prejudicados também pela baixa capacitação docente. São palavras de Serpa: “O professor é figura fundamental do processo de melhoria da nossa educação e terá de sair do simples papel de detentor e transmissor do conhecimento para que o aluno se torne o protagonista do processo educativo. A sala de aula deve ser um ambiente de debate de idéias, com diversificados pontos de vista. Devemos elaborar atividades que enfatizam as habilidades socioemocionais.”
Na bem elaborada Revista Cesgranrio, editada para comemorar os 50 anos de fundação, Serpa afirma que o investimento em educação transforma-se em capital humano e deve ser incorporado à produção de bens e serviços. Hoje, a educação superior recebe a maior parte dos recursos públicos. Por isso, a educação fundamental e média é de baixa qualidade. O mesmo ocorre com a formação de educadores. Daí a nossa dificuldade de trabalhar com tecnologia mais avançada – robotização e digitalização. Há profundas mudanças acontecendo no mundo, mas estamos distante do modelo ideal de sociedade pós- industrial. Há novas exigências e devemos preparar os jovens de forma adequada.
O professor Serpa reconhece que algumas profissões deixarão de existir: “Nossos jovens precisam ser adequadamente preparados para viver essa nova realidade.” Ele afirma que o século XXI é o momento do empreendedor, com o fim das atividades mecânicas e repetitivas. A tecnologia chegou para substituí-las. São verdades das quais não podemos nos dissociar.