Toynbee e as civilizações


Arnaldo Niskier

Arnold Toynbee, historiador britânico, viveu entre 1889-1975. Foi autor de diversas obras sobre as civilizações, de onde estabeleceu uma teoria cíclica.

 

Segundo ele, o campo inteligível de história é o representado pelas sociedades dotadas de uma extensão maior, tanto no tempo como no espaço. Costumava afirmar que são as sociedades que fornecem os átomos sociais da história. Nos seus estudos são analisadas 21 sociedades, como a ocidental, duas cristãs-ortodoxas (Rússia e Oriente Médio), iraniana, árabe, hindu etc.

 

Considera, no estudo da gênese das civilizações, que há cinco civilizações estagnadas: a polinésica, a esquimó, a nômade, a otomana e a espartana. Esses estudos não evoluem devido ao fator racial ou ao meio ambiente. Talvez se deva à soma dessas duas condições.

 

Os grupos que não evoluíram ficaram no nível de subcivilização. O nascimento de uma civilização depende de muitas e consideráveis respostas aos desafios, isto é, quando a sociedade responde com êxito às questões formuladas. Esse é um processo contínuo, sem parada. É esse dinamismo que leva à civilização.

 

Para Toynbee, não há correlação entre o progresso tecnológico e aquele que se registra na civilização. O crescimento de uma civilização representa um processo cumulativo, em geral dirigido por uma minoria carismática da sociedade. Em tal sociedade, segundo o autor britânico, não há lutas fatricidas “nem divisões rígidas”. É um corpo solidário, cada uma delas com características próprias: a estática na civilização helênica, religiosa na índica e hindu, mecanicista no Ocidente etc. Daí vem o processo de crescimento.

 

Por que ocorre a dissolução das civilizações? Umas falham, outras renascem e dezesseis desaparecem, como a egípcia e a maia. Para Tonybee, o declínio não é resultado de uma necessidade cósmica, fatores geográficos ou desintegração racial. Isso acontece quando não se obtém resposta à altura dos desafios. Nas diversas fases enfrentadas pode haver diferença de séculos. Daí pode surgir algo novo.