Arnaldo Niskier
Da Academia Brasileira de Letras,
Comendador do Superior Tribunal do
Trabalho e Doutor Honoris Causa da
Universidade Santa Úrsula
Uma das maiores alegrias que tive, quando exerci a presidência da Academia Brasileira de Letras, no binômio 98-99, foi editar o Vocabulário Onomástico da Língua Portuguesa, o que aconteceu pela primeira vez. Recebi a orientação e muitos verbetes de três importantes intelectuais: Josué Montello, Antônio Olinto e Diógenes Campos, com os quais trabalhei com muito prazer. Com este V.O. a ABL cumpriu na íntegra as disposições da Lei nº 5765/71, que previa a atualização do Vocabulário Comum (o que fez com a publicação do Vocabulário Ortográfico em 1998), a republicação do Pequeno Vocabulário Ortográfico em 1998, a republicação do Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, inteiramente revisto e ampliado, e a organização do Vocabulário Onomástico, de nomes próprios.
Nomes próprios de vários países integram este trabalho, em particular os de Portugal, por intermédio de uma preciosa colaboração de Josué Montello, com o livro “Nomes de Batismo”, de Francisco da Silva Mengo (Porto, 1889), com o admirável prefácio de Teófilo Braga. E tivemos ainda o empenho de vários acadêmicos da ABL, sem os quais não poderíamos alcançar o nosso objetivo. Uma pena somente que houvesse uma solução de continuidade nesse trabalho, pois não tivemos mais nenhuma colaboração, como seria desejável.
Uma lei de 1971 pede que, no prazo de dois anos, a ABL promovesse a atualização do Vocabulário Comum, a organização do Vocabulário Onomástico de Língua Portuguesa e a republicação do Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. O Decreto é assinado pelo Presidente Emílio Médici e pelo então Ministro da Educação Jarbas Passarinho. Passou-se o tempo, sob a alegação de que faltou a indispensável verba, fez-se muito pouco e privamos o mercado desses produtos essenciais, na periodicidade necessária.
Agora, na gestão de Merval Pereira, estamos retomando a elaboração desses trabalhos, com a colaboração da atual Comissão de Lexicografia e Lexicologia, de que faz parte o especialista Ricardo Cavaliere. Vamos estimar que se possa manter uma inteligente periodicidade, para benefício de todos.