O Filósofo do Absurdo


Arnaldo Niskier

 
 
Albert Camus (1913-1960) foi um escritor francês nascido na Argélia. Autor de “O mito de Sísifo” e os romances “O estrangeiro” e “A peste”, além das peças teatrais “Calígula” e “Os justos”. Venceu o Prêmio Nobel de Literatura de 1957.
 
É conhecido coo o filósofo do absurdo.
Foi filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta. Como jornalista, trabalhou na Resistência Francesa. Desenvolveu um humanismo baseado na consciência do absurdo humano. Desse trabalho segundo ele, “nasce a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer.”
 
Seus principais interesses podem ser assim referidos: amor, ática, justiça, humanidade, política, futebol. Atuando coo jornalista, no “Combat”, tomou posições corajosas em relação à Guerra da Independência Argelina. Envolveu-se também em outras causas sociais, protestando contra desigualdades que aconteciam no Norte da África e também em defesa dos exilados espanhóis e as vítimas do estalinismo. Mas sempre se recusou a ter uma feliação partidária. Exerceu fortes críticas ao totalitarismo soviético.
 
Teve sérias desavenças com Jean-Paul Sartre.
Em agosto de 1949 esteve em visita ao Brasil. Foi a Bahia conhecer os festejos em louvor do Senhor do Bom Jesus do Iguape, acompanhado de Oswald de Andrade e seu filho Rudá. Dessa visita nasceu o conto “A pedra que brota”, no livro “O exílio e o reino”. Referia-se a um engenheiro francês de passagem por Iguape. Os romeiros, acreditando nos poderes milagrosos da pedra, retiravam pedaços da mesma, surgindo daí a lenda referida na história.
 
A obra filosófica e literária de Camus tem o absurdo como paradigma. Os seus livros abordam um teatro que lembra Franz Kafka Dostoievsk. É um movimento que se pode denominar de estático do absurdo.
 
Camus mudou-se para a França em 1939, pouco antes da invasão alemã. A esposa e os filhos permaneceram na Argélia, para onde ele não pôde mais voltar. Dedicou-se a outra das suas paixões, que foi o teatro para trabalhadores. Teve presença também no cinema.