Mais de 20% dos profissionais da educação se queixam de que hoje sofrem de problemas da sua saúde mental. A pior consequência do fenômeno é o afastamento do trabalho, causando brechas prejudiciais ao sistema.

 

É claro que tudo se agravou em virtude da pandemia, com dois anos de muitas escolas fechadas. Quando se indaga de professores, coordenadores e diretores as razões do afastamento mais de 30% deles culpam as questões referentes  à saúde mental. Sem apoios específicos, ampliaram-se  os quadros de ansiedade e depressão, o que gera um subsequente cansaço.

 

Baixa remuneração e carga excessiva de trabalho agravam esse quadro. No caso dos professores, como é nossa experiência, não se pode  considerar somente as horas-aulas, pois os professores têm responsabilidades em casa e na própria escola. Isso afeta sua saúde mental, como não poderia deixar de ser. Se os mestres não podem cuidar adequadamente disso,  o que dizer dos seus alunos?

 

Pesquisas realizadas comprovam que o fenômeno atinge principalmente os professores  de 31 a 40 anos, com ênfase (86%) no sexo feminino. É um trabalho da Associação Nova Escola em parceria com o Instituto Ame sua Mente.

 

Verifica-se que isso atinge indiferentemente escolas públicas e particulares. Em busca de recursos suplementares, como se viu em reportagem da “Folha de São Paulo” de 29.10.22, mestres  buscam  outras atividades, como ensinar crochê ou realizar cursos de informática para terceiros. Sempre é possível levantar recursos que são providenciais.

 

Quando sobra um dinheirinho, pode-se contratar os serviços de um psicólogo ou de uma psiquiatra, para receber a devida orientação e não sucumbir às dificuldades da saúde mental.  O problema não é só o pagamento, mas arranjar tempo disponível para as audiências indispensáveis. Mas o que não resta dúvida é que se esse auxílio acontece, em geral, os profissionais da educação se sentem muito melhor – e é claro que ganham com isso os seus alunos. Tudo iria  melhorar se as respectivas Secretarias de Educação se interessassem pelo problema.