Presença de Piaget


Arnaldo Niskier

Psicólogo e pedagogo suíço (1896-1980). Autor do desenvolvimento do pensamento e da linguagem da criança, abordando a epistemologia genética. Em sua carreira, Piaget foi considerado um educador, autor de um método consagrado, mas não foi bem assim. Não desenvolveu um método, mas sim uma teoria, que passou a ser discutida no mundo desenvolvido. Ele mesmo era um estudioso de Biologia.

Devemos nos lembrar do matemático Euclides: “Não há caminho real, caminho curto, que leve à sabedoria.”

Quando abordamos a educação intelectual, citamos a faculdade de pensar. Essa faculdade é chamada a inteligência. Esta palavra tem origem em dois termos latinos: intus, que significa dentro, e legere, que significa ler. É a faculdade ou poder do homem de penetrar o sentido íntimo das coisas.

Para compreender o que ocorre na adolescência, Piaget referiu aos quatro estágios de desenvolvimento mental da criança, a partir de dois aspectos: inteligência e afetividade. Quando ela nasce, a sua inteligência é sobretudo sensório-motora. Freud se refere a esse período como “fase oral”. O 2º estágio é intuitivo ou simbólico, após dois anos. Aí a criança desenvolve o egocentrismo. O 3º estágio (7 aos 12 anos) é o das operações concretas. E o 4º estágio é o das operações abstratas, quando surgem a discussão e o consenso.

Devemos considerar ligados o intelecto e a afetividade. Esta impulsiona a ação (desejo, amor, entusiasmo) e a inteligência fornece os meios, disciplina a ação. Portanto, é da ação dos dois que se chega à necessária autonomia.

O homem faz projetos a partir do desenvolvimento mental, quando amadurece na vida adulta. A tendência é ampliar cada vez mais a experiência e esta se enriquece, com o aumento da nossa capacidade de relacionamento. Em geral, ele não cessa de aprender, conhecendo o mundo, a liberdade, as relações com o outro, o exercício indispensável da democracia.

Por isso, os estudos de Jean Piaget tornaram-se basilares e ele é mesmo confundido como se fosse um renomado educador.