O Método Descartes


Arnaldo Niskier

René Descartes foi filósofo, matemático e físico, francês, que viveu entre 1596 e 1650. A ele devemos a criação da Geometria Analítica e da Ótica Geométrica, curiosamente as matérias que lecionei na Universidade do estado do Rio de Janeiro, no início das minhas atividades de magistério.

Propôs as bases da ciência moderna e foi autor do famoso “Discurso do Método”, em 1637. Dele é também a frase “penso, logo existo” (Cogito ergo sum). Era o primeiro princípio da filosofia que procurava.

Preocupou-se em como chegar a uma intuição indubitável da verdade. Platão tinha do mundo a concepção de que este mundo em que vivemos é o pálido pretexto do mundo em que não vivemos e que é a morada da verdade absoluta. Para descartes, o mundo em que vivemos e o mundo da verdade são um só o mesmo mundo. Um está dentro do outro. Para ele, o mundo inteligível é imanente, forma parte do mesmo mundo da sensação e da percepção sensível. Não é outro mundo distinto.

A análise é o método que conduz à intuição. Passou a ser o método por Excelência da filosofia. Assim nasceu a filosofia romântica alemã, com os seus grandes nomes Fichta, Schelling, Schopenhauer e Hegel. Analisam, sem se valer da experiência para nada, de um modo apriorístico, mediante conceitos e formas lógicas, toda a estrutura do universo e do homem dentro dele.

Temos assim dois movimentos. Um místico, de penetração do absoluto, e outro de explicitação do absoluto nas suas múltiplas formas de arte, da natureza do espírito, da história, do homem, etc.

Descartes tinha certos princípios, como evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, “e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida. Ademais, dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias para melhor resolvê-las. Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos.” Por último, fazer numerações completas e revisões, para nada omitir. Deixou o nome na história.