Alta gestão na Educação


Arnaldo Niskier

 

Vivemos em plena sociedade do conhecimento. Se em determinados países ela está mais avançada, isso se reflete nos índices de crescimento. No Brasil certamente queremos melhorar de posição, no concerto internacional.
                   
Para isso, é essencial que se tenha uma educação de melhor qualidade. Que ela seja tocada por uma alta gestão escolar, competente e criativa, como pedem os especialistas que se debruçam sobre a matéria.
                   
As estatísticas não nos favorecem, embora se revelem números que a cada ano se tornam mais positivos. Reparem a questão da pós-graduação em que conseguimos rivalizar com nações mais desenvolvidas. Em sete universidades do Rio de Janeiro, há 47 mil alunos cursando pós-graduação. Refletem o crescimento econômico da região, como se tornou evidente pelas ações de valorização do mestrado e do doutorado em instituições respeitáveis, como UFRJ, a UERJ, a UFF, a PUC, a FGV, o Ibmec e a ESPM.
                 
 São cursos mais concorridos: engenharias, tecnologia da informação, petróleo e gás (com um extraordinário potencial), administração e gestão. O COPPE, com o seu prestígio, é bem o exemplo dessa vitalidade, compreendendo a importância da valorização da pesquisa, da tecnologia e da inovação.
                     
Das entidades mais novas, podemos citar o que ocorre no Ibmec. O seu MBA em “Gestão de Negócios” é modelar, sendo procurado por profissionais de áreas inesperadas como medicina e direito. O avanço do conceito de empreendedorismo é responsável pelo fenômeno, crescente na realidade brasileira. A alta gestão, nesses casos, produz profissionais de primeira linha, com ampla visão de mercado. As empresas prestam atenção nos candidatos a emprego que sejam ambiciosos e estejam em constante processo de aprendizado e qualificação.
                   
Os cargos de liderança, cada vez mais, estão sendo ocupados pelos que compreendem a realidade proclamada pela Unesco de que a aprendizagem é para toda a vida. Com mais empregos no Estado, que se desenvolve a olhos vistos, as oportunidades se abrem com maior frequência para os que se voltam de forma competente para a indispensável especialização, daí a expansão assinalada também pelos mestrados profissionais, que crescem porque as empresas desejam qualificar melhor os seus funcionários. Nesse campo, a UERJ está se desenvolvendo bastante.
                       
Os cursos lato-sensu, de especialização, estão em fase de expansão em nossa economia. O mercado profissional enseja isso. “Gestão empresarial” na FGV, por exemplo, é uma prova evidente de sucesso, amealhando alunos de diferentes áreas, mas que se encontram fascinados pelo conceito proveitoso de alta gestão.
                       
Com uma particularidade saudável: a inclusão de 30 milhões de brasileiros, recentemente, na classe média, está promovendo reflexos na educação de um modo geral e não teria porque deixar de impactar também a pós-graduação. Louve-se, ainda, a qualidade dos cursos de educação à distância que estão sendo oferecidos, como uma grande novidade do sistema.