Educação à distância não pode morrer
Arnaldo Niskier
Como modalidade, a educação à distância tomou um grande impulso em nosso sistema de ensino. Foram criados cursos e nem todos primaram pelo respeito à necessária qualidade. Isso exigiu uma tomada de posição por parte do Ministério da Educação e alguns cursos foram fechados, o que é a pior das soluções.
O MEC suspendeu a criação de novos cursos de graduação à distância e barrou a ampliação do número de vagas. Além da criação de novos pólos nessa modalidade.
Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem estão suspensos até a definição de novas normas regulatórias federais para a modalidade, o que certamente contará com a colaboração do Conselho Nacional de Educação. Os cursos de licenciatura e Pedagogia somente poderão ter 50% de carga horária on-line, portanto metade da carga horária deverá ser de aulas presenciais.
Pode ser que a EAD tenha tido um inesperado crescimento. Isso naturalmente provocou uma perda de qualidade que se tornou intolerável. Mas condenar a modalidade como um todo também não é desejável, pois há todo um serviço a ser prestado à educação brasileira, sobretudo em regiões afastadas nas quais, de outro modo, não se teria como oferecer a educação necessária.
As graduações on-line atendem uma boa parcela da nossa população, moradora em regiões distantes. No caso das licenciaturas, que são fundamentais, os seus alunos costumam ser mais velhos e de famílias com baixo nível de escolarização. Esse tema precisa ser estudado com os cuidados devidos, para não sacrificar um valioso esquema de boas oportunidades de acesso da população aos necessários cursos superiores.
Como se vê, há uma clara movimentação em torno da formação de recursos humanos para a nossa educação. Atitudes precipitadas não são aconselháveis, pois podem trazer mais prejuízos do que vantagens ao sistema.