Foi quatro vezes ministro de Estado: Trabalho, Educação e Cultura, Previdência e Justiça. Embora se afirme que ele foi um fiel servidor da Revolução de 31 de Março, dizia que a tortura não fora uma política do regime militar, mas deformação de alguns agentes.
Como escritor, produziu, a nosso pedido, o livro “Nosso Pará”, para Bloch Editores, com uma boa divulgação entre estudantes. Casado com D. Ruth, esteve presente num almoço oferecido por Adolpho Bloch aos integrantes do governo João Figueiredo. Sentado ao lado do então ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Délio Jardim de Matos, comentou: “Veja, amigo, a coincidência: sou casado com uma Ruth, o senhor também, e o Arnaldo Niskier igualmente.” Todos riram com a minha conclusão: “Cada um de nós tem a Ruth que merece!”
Quando estava para inaugurar o Planetário da Gávea, em 1970, pedi ao então ministro da Educação que indicasse a data, pois o MEC havia doado o equipamento alemão Zeiss-Jena. Ele sugeriu o dia do aniversário do filho mais velho, 19 de novembro, e assim foi feito. Na ocasião, pedi ao diretor do Planetário que reproduzisse o céu de Xapuri, na data do nascimento de Jarbas Gonçalves Passarinho. Quando o locutor disse isso, ele pegou no meu braço, comovido, e disse no meu ouvido: “Você quer me matar do coração?” Concordo com o comentário do Ministro Marco Aurélio Mello, do STF, no dia do enterro em Brasília: “Foi um homem que teve uma passagem muito fértil na vida pública.”