Um profissional que desempenha uma função pública deve ser capaz de pensar de forma estratégica, inovar, cooperar, aprender e desaprender quando necessário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infelizmente, os casos de corrupção no âmbito do serviço público são fruto de profissionais que não trabalham de forma ética.

 

A fronteira entre o público e o privado é cultural, fruto de uma construção coletiva. Nos EUA, os escândalos da vida pessoal dos políticos são abertamente discutidos em público, pela imprensa, e influenciam os eleitores. Já no Brasil, não é da mesma forma. 

 

É preciso construir maior transparência entre a população e o poder público, de forma que possamos, através da informação livre, fiscalizar e controlar melhor as ações dos políticos eleitos. O fortalecimento de vínculos entre os cidadãos e as instituições é imperioso.

 

Tem várias facetas a crise política que o país está vivendo, gerada pela conduta de malfeitos de relevantes figuras dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário. Um dos mais significativos estragos para a dinâmica da democracia é o empenho de governantes e de seus colaboradores em negar ilegalidades provenientes de espúrio relacionamento do poder público e do partidário com o dinheiro.

 

O poder que se oculta escondendo-se atrás de mentiras caracteriza os regimes autoritários que agem na sombra, para ferir um dos pressupostos básicos da democracia: o do exercício em público do poder comum. O fundamento do princípio da publicidade do poder dos governantes é o de dar aos governados condições de julgá-los. A cidadania deve ser colocada em condições de saber para se valer de suas prerrogativas democráticas de fiscalização e controle dos seus representantes.