Idealismo, a base das demais Ciências


Arnaldo Niskier

O grau de ciência presente em qualquer disciplina é diretamente proporcional à quantidade de Matemática que nela existe. Desde Sócrates, os pensadores consideraram que a tarefa primacial da filosofia é chegar à certeza, descobrir os juízos certos. Antes, é preciso saber o exato significado da palavra experiência. Há uma diferença entre toda e qualquer experiência e a “experiência sensível”.

Roland Corbisier, no seu “Enciclopédia Filosófica” (Civilização Brasileira, 1987), afirma que o idealismo é a posição, teoria, ou doutrina, que considera o real dedutível, em última análise, à ideia, ao pensamento ou, em outras palavras, que se refere à essência da realidade.

Referindo-se ao idealismo filosófico, podemos referir a três etapas: o idealismo ontológico ou objetivo, o gnoseológico ou subjetivo e o especulativo ou absoluto. O primeiro deles era o que representava aos filósofos pré-socráticos, posteriores a Permanência e a Heráclito. A palavra ideia, eidos em grego , significa figura, aspecto ou visão. O mundo sensível, feito da aparência das coisas, é objeto da doxa, opinião. O mundo inteligível é o topos uranos, mundo as ideias. É objeto da epistéme, conhecimento racional ou científico. Feito de corpo e alma, o homem pertence a esses dois mundos. A tarefa da Filosofia é libertá-lo do mundo sensível, das aparências.

O idealismo gnoseológico é representado pelo cartesianismo (a interioridade do próprio pensamento). Descartes afirma a existência de Deus, mas do mundo material, distinto do pensamento.

O idealismo alemão desenvolveu plenamente a problemática do pensamento idealista. Kant viu a atividade do sujeito, com a sua síntese da sensibilidade e do entendimento.

Hegel afirmava que “toda verdadeira filosofia é idealismo.” Em suas diversas modalidades, o idealismo permanece determinante. O conhecimento do real é um processo infinito, teórico e prático, pois é pelo trabalho que o homem conhece a Natureza e a transforma.