A situação da mão de obra


Arnaldo Niskier

 

Na abertura do 1o Seminário de Qualificação Profissional para um Novo Tempo, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/Rio) e o SENAC/Rio, a capacitação da mão-de-obra especializada foi o tema focado como prioridade. Há urgente necessidade de atendimento à demanda das novas empresas que estão vindo para o Estado do Rio de Janeiro, nos próximos anos.
 
O vice-governador Luís Fernando Pezão garantiu que receberemos 110 bilhões de reais, mas que se preocupa com a falta de formação técnica dos nossos recursos humanos. O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, vai encaminhar para o Rio de Janeiro 3 bilhões de reais e corre-se o risco de importar trabalhadores até estrangeiros, se medidas não forem tomadas.
 
A pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) é bastante animadora, pois o desemprego deixou de ser um problema crônico, a ser enfrentado pelos empresários brasileiros.
A prioridade ficou com a educação, que, não podemos esquecer, vem acompanhada da preocupação, não só da permanência do aluno na escola, mas, também, com aqueles que ainda se evadem. Infelizmente, o motivo da infreqüência continua o mesmo: o desinteresse do aluno pela escola e conseqüente falta de iniciação ao trabalho, que passou a ser o foco principal do empresariado.
 
Aliar a escola ao trabalho, a possibilidade de vislumbrar um futuro melhor, certamente é o incentivo maior para o alunado. A capacitação da mão-de-obra é desejada pelas empresas. A dificuldade encontrada passa por todos os níveis. Exemplificando, há falta de engenheiros e técnicos e principalmente de soldadores para operar a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), obra prevista para operar, no Rio de Janeiro. Podemos também citar a futura refinaria da Petrobras em Itaboraí. Já imaginaram quantos empregos serão gerados? E as obras do Arco Rodoviário?
Segundo ainda a pesquisa citada, a tendência do Estado do Rio de Janeiro, no que tange à empregabilidade, em relação aos outros estados, é que tem maior crescimento, com 51,3%. O investimento que apresentou maior diferença entre as duas últimas pesquisas foi a contratação de pessoal, passando de 35,3% para 56,8%.
 
A situação requer providências imediatas. No Rio de Janeiro, a média de escolaridade da população com mais de 15 anos é de 7,8 anos de estudo, a mesma de São Paulo, perdendo, em nível nacional, apenas para o Distrito Federal, com 8,6 anos.
O inventivo ao estágio e a oportunidade de trabalho para estudantes, na faixa de 14 a 24 anos, em atendimento à lei do aprendiz, podem contribuir para melhorar esse quadro.