Crônica: Os riscos atômicos

Arnaldo Niskier
A teimosia do Imperador Hirohito custou milhares de vidas japonesas, nos estertores da II Guerra Mundial. Tivesse ele cedido aos apelos dos Aliados e um morticínio teria sido poupado.
 
O que representou o duplo ataque atômico de Hiroshima e Nagasaki pudemos avaliar na visita feita ao Japão, em 1968. A primeira bomba matou mais de 300 mil pessoas inocentes, numa forra norte-americana, à traição de  Pearl Harbour.
 
Esses fatos foram recordados na palestra do ex-reitor da UERJ, Prof Antônio Celso Alves Pereira, no Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Ao falar, na hora dos debates, dei a minha opinião: “O mundo parece ensandecido, pois agora existe a ameaça de uma bomba ainda mais poderosa, que é de hidrogênio, ameaçando matar um número muito maior de vítimas, dada a letalidade desse outro instrumento de destruição. “Isso se não bastassem as guerras localizadas que existem por aí, como as da Síria, a da Ucrânia e a de Gaza, que são mais visíveis.”
 
O mundo precisa de paz, de sossego, para que possa se desenvolver com toda tranquilidade e se criem condições de progresso. São milhares os cientistas que trabalham com essa finalidade e é incrível que não existam essas condições, sobretudo nas nações mais desenvolvidas do planeta. A cada momento são anunciadas conquistas ainda mais terríveis, numa competição extremamente negativa. Quando isso terá um fim?
 
É incrível como o mundo que se prepara para viver os benefícios da inteligência artificial ainda tenha olhos para o morticínio do que não conseguimos nos  afastar. As raízes do problema são bastante profundas.
 
Mas há muitas esperanças, como se pode depreender de uma conversa com o empresário Jonas Suassuna. Ele dirige um empreendimento de utilização da IA para reproduzir livros em 32 idiomas, incluindo toda a obra de Machado de Assis. Com um pormenor nada desprezível: é a manutenção da voz original do autor, utilizando a originalíssima performance  do inesquecível locutor que foi Cid Moreira, um ícone dos jornais da TV Globo.
 
 
Segundo afirmava Marshall McLuhan, quando mudam os meios tudo muda. Por isso são esperadas grandes mudanças no campo da comunicação – e isso não será para daqui a muitos anos. Ao contrário, isso já está acontecendo. Como se poderia imaginar que uma sessão de busca, hoje, não dure mais do que 50 segundos?